Hoje, a maior causa da síndrome de Wernicke é o alcoolismo crônico (quase 90% dos casos). No entanto, ela também pode ocorrer na hiperêmese gravídica, pós-cirurgia bariátrica e jejum prolongado, entre outros.
Cerca de 80% dos pacientes com a encefalopatia de Wernicke desenvolvem um estado persistente de disfunção mental, caracterizado por amnésia anterógrada, amnésia retrógrada, perda da memória de curto prazo e confabulação: é a síndrome de Korsakoff ou “psicose de Korsakoff” (olhaí, mais uma síndrome!).
Em casos crônicos de Wernicke-Korsakoff, pode haver neuropatia periférica, com alterações cardiovasculares, como: taquicardia, hipotensão postural e anormalidades no eletrocardiograma.
A European Federation of Neurologic Societies recomenda que se suspeite da síndrome de Wernicke em pacientes com qualquer combinação de pelo menos 2 dos seguintes achados:
1. deficiência nutricional;
2. alteração do estado mental ou comprometimento leve da memória;
3. alterações cerebelares (ataxia);
4. alterações oculares (oftalmoplegia ou anormalidades oculomotoras, como nistagmo).
O diagnóstico deve ser rápido, pois o atraso pode ser fatal. Por isso, é preferível pecar por excesso!
Deve-se iniciar imediatamente o tratamento em todo paciente desnutrido ou alcoólatra com alterações neurológicas.
A dosagem da tiamina no sangue não é útil para diagnóstico.
Em alguns casos, a ressonância magnética pode ajudar, mostrando um padrão típico de lesões no tálamo medial próximo ao III ventrículo, hipotálamo, substância cinzenta periaquedutal e vermis cerebelar.