Semana nova, Webcaso novo!
Leia o caso abaixo e responda o questionário no final para obter o link da discussão ao vivo, que acontecerá no Zoom nesta quinta-feira 13/08, às 20h30.
Nesta semana, teremos como convidados o pessoal do Medestudos.py, um grupo de estudos formado por brasileiros estudantes de Medicina no Paraguai.
WEBCASO #10: GANHANDO MUITO PESO
Uma mulher de 58 anos procurou um endocrinologista com a queixa de que não conseguia perder peso.
Ela nunca havia sido magra. Dos 20 até os 40 anos de idade, ela costumava pesar em torno de 77 a 82kg (tinha 1,65m de altura), e não tinha muita dificuldade em manter esse peso.
No entanto, por volta dos 45 anos de idade, ela refere ter “perdido o controle”. Desde então, ela começou a ganhar peso – devagar no início, e depois mais rapidamente.
A paciente contou que já havia tentado de tudo: Vigilantes do Peso, exercícios diários, beber mais água, comer mais vegetais, diminuir a gordura, diminuir os carboidratos, manter diários alimentares, usar aplicativos de contagem de calorias… Mas ela não só não conseguia perder peso, como também continuava engordando mais e mais. Apesar de todo o esforço, ela havia ganho cerca de 18kg só no último ano.
Ela estava muito preocupada de que esse ganho de peso pudesse estar relacionado a algum problema hormonal: poderia ser menopausa? Tireoide?
Ela também referia fadiga constante nos últimos meses, sensação de calor e sudorese. Também tinha lombalgia e dores nos joelhos há muitos anos, que ela atribuía à postura e ao ganho excessivo de peso (inclusive, precisou abandonar seu trabalho como costureira devido a essas dores que pioravam depois de muito tempo sentada). Negava obstipação, perda de memória ou mudanças na pele ou nos cabelos.
De antecedentes, ela tinha hipertensão arterial e hipercolesterolemia, bem controladas com o uso de atorvastatina e losartana, e apneia obstrutiva do sono, necessitando do uso de CPAP à noite. Tinha hipotireoidismo há mais de 20 anos, que vinha controlando com a mesma dose de levotiroxina (125mcg) há muito tempo. Tinha dois filhos saudáveis, de 25 e 22 anos, e estava na menopausa há cerca de 5 anos.
Negava tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas.
Ao exame físico, a paciente mostrava-se em bom estado geral, corada, com peso de 121kg (IMC 44kg/m2), PA 134x82mmHg, FC 84bpm, FR 20rpm, ausculta cardiopulmonar normal, abdome flácido indolor sem visceromegalias, com edema 2+/4+ não depressível em tornozelos.
Foram solicitados alguns exames complementares, cujos resultados estão abaixo:
HB: 11,4 g/dL, HT 34 %, VCM 93 fL, RDW 13,9, leucócitos 4.500/mm3 (diferencial normal), plaquetas 170.000/mm3
Ureia 20 mg/dL, creatinina 0,69 mg/dL, sódio 141 mEq/L, potássio 4,4 mEq/L, TGO 17 U/L, TGP 14 U/L
Glicemia de jejum 101mg/dL, hemoglobina glicada A1c 5,9% (normal: 4 a 6%);
Colesterol total 151 mg/dL, HDL 62 mg/dL, LDL 80 mg/dL, triglicerídeos 46 mg/dL;
TSH 0,32 mU/L (normal: 0,4 a 4,5), T3 total 97 ng/dL (normal: 87 a 178), anti-TPO 846 U/mL (normal <5);
25-OH-vitamina D 24 ng/mL
Exame simples de urina: clara, sem proteínas, glicose ou nitrito, celularidade normal