Não – e talvez isso não seja nem desejável.
Estranhou esta afirmação?
Então reflita conosco: para buscar esses 100% de acerto diagnóstico, seriam necessárias tantas intervenções e exames complementares que isso traria um ônus imenso ao sistema – e poderia causar mais atrasos, erros e danos decorrentes de falsos-positivos dos testes ou overdiagnosis.
Portanto, na prática, não há como reduzir o risco de erros diagnósticos para zero.
O que temos que buscar é a redução parcial dos erros diagnósticos para limites alcançáveis e mais baixos – por exemplo, 1% de erro no pronto-socorro. Mas esses são limites que ainda precisam ser melhor estudados e definidos.
Outra meta que talvez seja mais concreta e alcançável é a redução dos danos causados por erros. Afinal, erros diagnósticos vão sempre ocorrer (por características intrínsecas ao funcionamento da nossa mente). No entanto, se criarmos mecanismos que previnam que esses erros se traduzam em danos aos nossos pacientes, já estaremos dando um grande passo para aumentar a segurança da nossa assistência à saúde!