Como ex-estudante de cursinho, eu estava extremamente empolgado para as minhas primeiras semanas da aula no curso de Medicina!

Já tinha recebido minha querida (e tradicional) bandana laranja dos meus veteranos da UEL, e em poucos dias começaria a estudar o que tanto sonhava.

Contudo, nas semanas seguintes, esse sentimento otimista foi se misturando com desconfiança, ansiedade e um pouco de medo de não me adaptar ao curso que tanto desejava.

A fonte desses sentimentos dúbios era um método de estudo completamente novo para mim: o Problem-Based Learning (PBL).

Acredito que a minha história não deve ser muito diferente da sua. Afinal, a minha não foi distinta da dos meus veteranos.

Conheço, inclusive, pessoas já formadas por essa metodologia, que ainda nutrem sentimentos mistos (e até paradoxais) pelo PBL.

Afinal, o que é o PBL?

O PBL (sigla em inglês para Aprendizagem Baseada em Problemas) é uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem em pequenos grupos. Como diz o nome, é baseada em problemas, isto é, pequenos textos que instigam uma discussão sobre determinado assunto médico.

A partir dos problemas, são os próprios estudantes que conduzem a discussão, relembram conhecimentos prévios sobre o assunto, e por fim, concluem e definem os objetivos de estudo. Tudo isso é feito com a supervisão de um professor (tutor), que ajuda o grupo a alcançar os objetivos de estudo.

Em geral, o PBL nos tira de zona de conforto, pois demanda bastante estudo individual (2 vezes por semana, na maioria das escolas médicas), um extenso trabalho de pesquisa, e a cooperação entre os estudantes, que tomam as rédeas da própria aprendizagem. 

Definitivamente ninguém cresceu e foi educado nesse método. Há sempre um choque inicial e uma curva de aprendizado até se adaptar com a nova realidade. Afinal, a maioria dos estudantes chega à faculdade acostumada com os métodos tradicionais de ensino (aulas expositivas de cursinho e terceirão), onde o professor detém o conhecimento e o estudante o recebe de maneira passiva.

Embora pareça recente, o PBL foi inventado na década de 60 na Universidade McMaster, no Canadá.

No Brasil, as duas primeiras escolas médicas a adotar o PBL em seus currículos foram a Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), em meados dos anos 90. 

Mais recentemente, dezenas de faculdades de Medicina no Brasil adotaram a metodologia PBL, já que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) estabelecem que os cursos de Medicina devem usar metodologias ativas de ensino-aprendizagem centradas no estudante. 

Meus primeiros tutoriais

Na verdade, meu primeiro contato com uma discussão tutorial foi em uma discussão simulada, que também já gerou um trauma. Nesse dia, o professor responsável pela recepção aos estudantes montou um grupo de tutorial “fake“, buscando mostrar como a dinâmica funcionava.

Eu fui escolhido como secretário. Na época eu ainda era tímido, e tive que escrever no quadro toda a discussão, perguntas, hipóteses e objetivos de estudo, diante dos meus novos colegas de turma, que acabara de conhecer, e o professor julgando cada palavra que escrevia, a fim de mostrar como o método deveria efetivamente ser seguido.

Passado esse primeiro (também pequeno) trauma, na semana seguinte iniciamos para valer a faculdade e esse novo método. Hoje, um problema simples daquele, que apenas servia para aprendermos a discutir nesse novo formato, discutiríamos em menos de 30 minutos. Contudo, foram longas 2 horas.

Ainda por cima, esquecemos de conversar sobre um assunto que estava na frente do nosso nariz o tempo todo, o que nos trouxe o temor de levar logo de cara uma nota baixa.

Um mês depois, tivemos a primeira prova da faculdade! E eu não conseguia ignorar uma pulga na minha orelha: será que todos estudaram os mesmos assuntos para a prova? Ora, se cada grupo decide o que estudar, como a prova será padronizada?

A verdade é que todos esses medos, com o andar do primeiro ano, foram sanados. O PBL acabou se revelando mais interessante, permitiu melhor organização do estudo e do tempo livre, e ajudou a desenvolver nossa maturidade como estudantes, donos do nosso processo de aprendizagem.

Mas e as provas? Foram justas para todos?

A resposta é: SIM!

Os tutores possuem os objetivos de estudo previamente definidos para cada problema, padronizados entre eles, e os alunos quase sempre pesquisam pelos mesmos livros e referências.

Como posso me adaptar mais rápido?

Nós, do site Raciocínio Clínico, temos experiência em primeira mão com o PBL, pois nosso quadro de editores é composto por estudantes, ex-alunos, docentes, gestores educacionais e (inclusive) um dos fundadores do PBL na Universidade Estadual de Londrina e no Brasil.

Sendo assim, e sabendo das dificuldades de muitos estudantes com a adaptação ao PBL no início da faculdade, preparamos um material especial para ajudar os estudantes de Medicina.

É o nosso novo curso online:

O Manual de Sobrevivência ao PBL.

Como este curso pode ajudar você?

Neste novo curso, voltado para os estudantes que estão iniciando um curso de Medicina em uma escola que usa metodologia PBL, compartilhamos todos os segredos, ideias e estratégias desenvolvidos por estudantes, ex-alunos e docentes de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), uma das pioneiras na adoção do PBL no Brasil.

São muitos anos de estudo, experiência e reflexão sobre o método, condensados em um curso informal, didático e extremamente prático.

Tudo isso, com o objetivo de ajudar você a adaptar-se ao PBL de forma mais rápida e menos traumática, para turbinar sua aprendizagem e sua formação como profissional médico de excelência.

Quer saber mais sobre este curso?