Já falamos muito neste site sobre como os médicos fazem diagnósticos. Mas também é muito interessante observar como os mecânicos fazem diagnóstico:
– Meu carro está fazendo um barulho estranho…
– Como é o barulho?
– Quando eu vou ligar, faz tec, tec, tec…
– Ah, é a bateria, certeza!
Bem desse jeito aqui:
Um carro… e um diagnóstico difícil
Pois comigo aconteceu algo parecido.
Depois de um acidente, uma colisão lateral afetando a dianteira direita (sem nada grave comigo ou os passageiros), fui buscar meu carro no conserto. Isso, depois de quase dois meses naquela enrolação básica de oficina-seguradora, obviamente.
Enfim, peguei o carro.
Logo que comecei a andar ouvi um barulho vindo da roda dianteira direita – uóm… uóm… uóm… – junto com uma vibração, que ficava mais forte conforme eu ia mais rápido – uóm uóm uóm uóm uóm!
O mecânico disse:
– Deve ser por causa do pneu que foi colocado invertido. O da esquerda foi para a direita e vice-versa.
Peraí!
Não entendo muito de mecânica, mas entendo de diagnóstico. Esse negócio está errado! Ele usou só o Sistema 1. Isso é fechamento prematuro!
Fechamento prematuro: aceitar uma hipótese diagnóstica muito precocemente no processo diagnóstico, com base em uma impressão inicial incompleta. Então eu fiz a pergunta mágica: o que mais pode ser?
– Acho que é isso mesmo…
Agora já virou preguiça cognitiva.
Lembrei da Lei de Sutton: se o carro sofreu uma pancada na dianteira direita e teve conserto nessa mesma roda, onde raios estará o problema?
Autores:
- Fabrizio Almeida Prado
- Leandro Arthur Diehl
- Pedro Alejandro Gordan
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DOI: 10.29327/823500-87