Um grande meio de progredir é identificar suas falhas e dificuldades e buscar meios para superá-las. Na Medicina também! E uma grande dificuldade, que observamos todos os dias nos alunos, está no raciocínio clínico.
O que é meio óbvio, já que raciocínio clínico não é fácil. Exige estudo de doenças e síndromes, análise de casos clínicos, experiência real com pacientes e auxílio de professores médicos. São muitas informações para serem processadas ao mesmo tempo!
Por isso, o apoio do médico professor ao aprendiz é essencial para demonstrar e explicar os caminhos a percorrer na busca do diagnóstico.
Por outro lado, você não pode ter medo nem ficar assustado por ter dificuldades e carências. Com tempo, prática, e, claro, contando com recursos como o nosso site, é possível crescer muito!
Para facilitar sua vida, identificamos aqui as 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico diagnóstico apresentadas por médicos e estudantes de Medicina.
Continue lendo este post até o final para diagnosticar suas próprias dificuldades e estabelecer seu tratamento, bem como os objetivos e metas para sua melhora!
No final, você poderá baixar um arquivo com o resumo das maiores dificuldades do raciocínio clínico e como remediá-las!
As 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico
A complexidade do processo diagnóstico e a falta de familiaridade com as etapas básicas do raciocínio clínico são as principais responsáveis pelas dificuldades encontradas por médicos e estudantes.
Dificuldades podem ocorrer em qualquer ponto do processo diagnóstico, mas as 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico costumam ocorrer nas seguintes etapas desse processo:
- Coleta de dados;
- Interpretação dos dados;
- Geração de hipóteses;
- Seleção de hipóteses;
- Elaboração do plano terapêutico.
A seguir, vamos discutir cada uma dessas dificuldades e como remediá-las.
1) Coleta de dados:
Aqui o problema é, em resumo, uma história clínica pobre, incompleta, ou um exame físico inadequado.
Você deve lembrar que a coleta de dados bem feita é um dos três pilares do diagnóstico correto, não é?
A coleta de dados inadequada pode ser causada pelo estágio de aprendizado em que o aluno se encontra ou por deficiências da aprendizagem. Seja qual for o motivo, é possível tornar mais efetiva essa aprendizagem ou remediar as carências.
Nesse ponto o estudante (ou o médico jovem) ainda tem dificuldades em conduzir a anamnese e estabelecer a relação com o paciente.
Suas ações são estereotipadas e falta a habilidade de construir uma história mais focada, baseada em hipóteses e específica. Faltam dados descritivos dos sintomas, delimitações temporais mais exatas e interpretação do cenário.
Já o exame físico pode não conter manobras mais relevantes para as hipóteses em questão ou pode não ser interpretado em conjunto com a queixa e hipóteses. O estudante ainda não sabe as especificidades e ambiguidades das alterações de exame físico.
2) Interpretação dos dados:
Mesmo que os dados estejam completos, há dificuldade em organizar a história. Falta estabelecer uma cronologia exata e os dados não são bem trabalhados.
Uma etapa importante é a construção de uma boa síntese do caso, identificando o problema clínico. Para isso, é essencial usar determinadas palavras-chave que qualificam exatamente os sintomas. Por exemplo: uma dispneia pode ser aguda, de início súbito, ventilatório-dependente. É a tradução do relato do paciente e doa achados em linguagem médica.
Muitos estudantes não conseguem fazer essa delimitação dos sintomas e apresentam (e pensam) os casos de forma confusa, o que dificulta a ativação dos seus scripts de doenças.
3) Geração de hipóteses:
A habilidade de levantar um bom diagnóstico diferencial é a marca do profissional bem capacitado a levar adiante investigações clínicas e de não “perder” diagnósticos.
A ausência de modelos e estratégias para gerar o diagnóstico diferencial bloqueia o pensamento médico. Para suprir essa carência, é necessário conhecer pelo menos alguns desses métodos, tais como: o reconhecimento de padrões, o método esquema-indutivo, esquemas mnemônicos e o uso de aplicativos médicos. Sem estratégias, você fica “travado” e não sabe qual caminho seguir.
Outro fator que inibe a geração de hipóteses é a falta de experiência e insegurança. Essas causam um efeito chamado fechamento prematuro, que é simplesmente “comprar” o diagnóstico como foi passado por outro colega, ou então fixar-se somente na primeira hipótese que vem à mente.
4) Seleção de hipóteses:
Além de levantar o diagnóstico diferencial, é preciso selecionar e priorizar hipóteses, refinando o diagnóstico diferencial.
A habilidade de discernir dados relevantes, irrelevantes e discordantes, e depois priorizar certas possibilidades, faz com que em certas vezes investiguemos primeiro o mais provável, em outras, o que oferece mais risco; em outras ainda, iniciamos um tratamento empírico enquanto aguardamos a investigação.
Esse raciocínio envolve autocontrole, para saber suportar a pressão emocional, e pensamento crítico, que permite analisar tantos as partes quanto o conjunto geral do caso.
5) Plano terapêutico:
Não basta simplesmente seguir cegamente os guidelines ou as últimas recomendações.
O tratamento precisa ser individualizado, adequado para cada paciente, o que envolve pesar danos e benefícios, opções e riscos pessoais, contextos de vida, prognóstico da doença e possíveis desfechos ou evoluções. Ademais, é preciso ter visto pacientes reais para saber o que esperar.
Ver é mais poderoso que ler. Por isso, quando acompanhar atendimentos médicos ou atender sob supervisão, observe como os médicos elaboram e escolhem a terapêutica; veja a resposta de cada paciente individual ao tratamento.
Conclusões
Aprender raciocínio clínico é uma longa jornada que tem início no primeiro ano do curso de Medicina e continua por toda a vida!
Conhecer as maiores dificuldades no raciocínio clínico pode ajudar você a preparar-se melhor para enfrentá-las, impulsionando você na busca pela excelência na profissão médica.
GOSTOU?…
PARA SABER MAIS:
Audétat MC et al. Clinical reasoning difficulties: A taxonomy for clinical teachers. Medical Teacher, 2013.
Um grande meio de progredir é identificar suas falhas e dificuldades e buscar meios para superá-las. Na Medicina também! E uma grande dificuldade, que observamos todos os dias nos alunos, está no raciocínio clínico.
O que é meio óbvio, já que raciocínio clínico não é fácil. Exige estudo de doenças e síndromes, análise de casos clínicos, experiência real com pacientes e auxílio de professores médicos. São muitas informações para serem processadas ao mesmo tempo!
Por isso, o apoio do médico professor ao aprendiz é essencial para demonstrar e explicar os caminhos a percorrer na busca do diagnóstico.
Por outro lado, você não pode ter medo nem ficar assustado por ter dificuldades e carências. Com tempo, prática, e, claro, contando com recursos como o nosso site, é possível crescer muito!
Para facilitar sua vida, identificamos aqui as 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico diagnóstico apresentadas por médicos e estudantes de Medicina.
Continue lendo este post até o final para diagnosticar suas próprias dificuldades e estabelecer seu tratamento, bem como os objetivos e metas para sua melhora!
No final, você poderá baixar um arquivo com o resumo das maiores dificuldades do raciocínio clínico e como remediá-las!
As 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico
A complexidade do processo diagnóstico e a falta de familiaridade com as etapas básicas do raciocínio clínico são as principais responsáveis pelas dificuldades encontradas por médicos e estudantes.
Dificuldades podem ocorrer em qualquer ponto do processo diagnóstico, mas as 5 maiores dificuldades no raciocínio clínico costumam ocorrer nas seguintes etapas desse processo:
- Coleta de dados;
- Interpretação dos dados;
- Geração de hipóteses;
- Seleção de hipóteses;
- Elaboração do plano terapêutico.
A seguir, vamos discutir cada uma dessas dificuldades e como remediá-las.
1) Coleta de dados:
Aqui o problema é, em resumo, uma história clínica pobre, incompleta, ou um exame físico inadequado.
Você deve lembrar que a coleta de dados bem feita é um dos três pilares do diagnóstico correto, não é?
A coleta de dados inadequada pode ser causada pelo estágio de aprendizado em que o aluno se encontra ou por deficiências da aprendizagem. Seja qual for o motivo, é possível tornar mais efetiva essa aprendizagem ou remediar as carências.
Nesse ponto o estudante (ou o médico jovem) ainda tem dificuldades em conduzir a anamnese e estabelecer a relação com o paciente.
Suas ações são estereotipadas e falta a habilidade de construir uma história mais focada, baseada em hipóteses e específica. Faltam dados descritivos dos sintomas, delimitações temporais mais exatas e interpretação do cenário.
Já o exame físico pode não conter manobras mais relevantes para as hipóteses em questão ou pode não ser interpretado em conjunto com a queixa e hipóteses. O estudante ainda não sabe as especificidades e ambiguidades das alterações de exame físico.
2) Interpretação dos dados:
Mesmo que os dados estejam completos, há dificuldade em organizar a história. Falta estabelecer uma cronologia exata e os dados não são bem trabalhados.
Uma etapa importante é a construção de uma boa síntese do caso, identificando o problema clínico. Para isso, é essencial usar determinadas palavras-chave que qualificam exatamente os sintomas. Por exemplo: uma dispneia pode ser aguda, de início súbito, ventilatório-dependente. É a tradução do relato do paciente e doa achados em linguagem médica.
Muitos estudantes não conseguem fazer essa delimitação dos sintomas e apresentam (e pensam) os casos de forma confusa, o que dificulta a ativação dos seus scripts de doenças.
3) Geração de hipóteses:
A habilidade de levantar um bom diagnóstico diferencial é a marca do profissional bem capacitado a levar adiante investigações clínicas e de não “perder” diagnósticos.
A ausência de modelos e estratégias para gerar o diagnóstico diferencial bloqueia o pensamento médico. Para suprir essa carência, é necessário conhecer pelo menos alguns desses métodos, tais como: o reconhecimento de padrões, o método esquema-indutivo, esquemas mnemônicos e o uso de aplicativos médicos. Sem estratégias, você fica “travado” e não sabe qual caminho seguir.
Outro fator que inibe a geração de hipóteses é a falta de experiência e insegurança. Essas causam um efeito chamado fechamento prematuro, que é simplesmente “comprar” o diagnóstico como foi passado por outro colega, ou então fixar-se somente na primeira hipótese que vem à mente.
4) Seleção de hipóteses:
Além de levantar o diagnóstico diferencial, é preciso selecionar e priorizar hipóteses, refinando o diagnóstico diferencial.
A habilidade de discernir dados relevantes, irrelevantes e discordantes, e depois priorizar certas possibilidades, faz com que em certas vezes investiguemos primeiro o mais provável, em outras, o que oferece mais risco; em outras ainda, iniciamos um tratamento empírico enquanto aguardamos a investigação.
Esse raciocínio envolve autocontrole, para saber suportar a pressão emocional, e pensamento crítico, que permite analisar tantos as partes quanto o conjunto geral do caso.
5) Plano terapêutico:
Não basta simplesmente seguir cegamente os guidelines ou as últimas recomendações.
O tratamento precisa ser individualizado, adequado para cada paciente, o que envolve pesar danos e benefícios, opções e riscos pessoais, contextos de vida, prognóstico da doença e possíveis desfechos ou evoluções. Ademais, é preciso ter visto pacientes reais para saber o que esperar.
Ver é mais poderoso que ler. Por isso, quando acompanhar atendimentos médicos ou atender sob supervisão, observe como os médicos elaboram e escolhem a terapêutica; veja a resposta de cada paciente individual ao tratamento.
Conclusões
Aprender raciocínio clínico é uma longa jornada que tem início no primeiro ano do curso de Medicina e continua por toda a vida!
Conhecer as maiores dificuldades no raciocínio clínico pode ajudar você a preparar-se melhor para enfrentá-las, impulsionando você na busca pela excelência na profissão médica.
GOSTOU?...
PARA SABER MAIS:
Audétat MC et al. Clinical reasoning difficulties: A taxonomy for clinical teachers. Medical Teacher, 2013.
Autor:
Fabrizio Almeida Prado
Você pode referenciar o artigo acima usando o Digital Object Identifier (Identificador de Objeto Digital) – DOI.
DOI: 10.29327/823500-85